quarta-feira, 7 de outubro de 2009
BOLINHA
Cachorro é tudo de bom! É mesmo! Já tive gato, passarinho tartaruga e até mesmo um casal de camundongos, mas cachorro é tudo de bom!
Sei que sou amada incondicionalmente pelos dois cachorros mais lindos da face da terra (rssssssss) e os amo de todo meu coração. Chego a ficar com os olhos molhados só de pensar que algo poderia acontecer a qualquer um dos dois. Ninguém fica para semente e sei que um dia eles não estarão mais aqui comigo. Vou sofrer muito, sentirei muita a falta de cada um, mas as lembranças de todos os momentos serão eternas.
Quando eu era criança, meus pais eram totalmente contra termos um cachorro e dessa forma, só conseguia a companhia de um, por dois ou três meses no máximo, quando minha mãe desaparecia com o animal justificando-se que o condomínio não permitia animais no prédio. Chorava muito, emburrava, mas acabava me resignando. Por causa disso passei a adotar a bolinha.
Duas vezes por ano passava com a minha família longas temporadas em Vassouras no estado do Rio. Lá éramos livres, pés descalços na grama, na terra e na chuva, cavalo, charrete, banho de mangueira, pintinhos, patinhos, pique esconde, estátua, chicotinho queimado, pitanga no cemitério, coquinho no pátio da igreja, matinê dominical e missa das 11 horas com comunhão.
Quando a charrete chegava à rua das Flores, entulhada de malas, eu colocava minha cabeça para fora, olhava para trás e avistava um pontinho caramelo nos seguindo. “BOLINNHAAAAAAAAA” Gritando e querendo me lançar para fora do veículo, tomava uns solavancos de minha mãe que só deixava eu sair quando a charrete parasse totalmente.
Da minha chegada a minha partida, atracava-me a Bolinha que nos adotava por toda a temporada. Alimentava-a com tudo que eu podia surrupiar da cozinha ou até mesmo do meu prato. Ajudada por minha irmã, arrancávamos os carrapatos que encontrávamos. Beth ensinava-a a dar a patinha e outros truques. Em alguns verões, ela vinha com as tetas penduradas de leite, ficava pouco e supúnhamos que havia dado cria por ali. Nunca consegui descobrir aonde escondia os filhotes.
Bolinha foi a primeira cadela vira lata da minha vida. Tinha pelo curto, caramelo, com um olhar doce e meigo que até hoje me emociona. Nos dois verões anteriores à venda da casa por minha mãe, passamos a não vê-la mais. De mãos dadas com a Beth, procurei-a por toda a cidade e pacientemente minha irmã me consolava dizendo que alguma família a tinha levado e que agora ela estava muito bem tratada.
Eu, como criança, precisava acreditar naquela história que a minha irmã contava, era o jeito dela em me poupar das amarguras da vida e durante muito tempo, eu fingi acreditar para me preservar dessa perda.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Os Bolinhas sempre nos deixam saudades, eles são assim mesmo, foram criados para nos olharem com aquele jeitinho pidão, nos chatageando, mas quem tem coração mole não resiste aos apêlos. O importante é que enquanto estiveram conosco, pudemos oferecer nosso carinho e sustento. É isso que vale, quanto ao resto, bem, fica pra depois.
ResponderExcluirHey there exceptional blog! Does running a blog similar to this require
ResponderExcluira large amount of work? I've absolutely no knowledge of programming however I was hoping to start my own blog in the near future. Anyways, if you have any ideas or tips for new blog owners please share. I understand this is off topic but I just needed to ask. Kudos!
my weblog ... Zahngold Wert